LIBRAS e Português nas escolas
Um fenômeno degradante é a perda de habilidade de escrita e
interpretação de textos em Português. É incrível a má qualidade de expressão de
muitos formandos até de cursos superiores. Essa hipótese, pois antes pela falta
de escolas era inexpressivo o número de brasileiros e de brasileiras que
cursavam e completavam cursos de terceiro grau, podemos agora até festejar o
crescimento de vagas e estudantes, é prejudicial ao desempenho de profissionais
que precisam ler e entender até bulas de remédios.
Lecionando descobrimos que pedir redações era um castigo,
talvez maior pela incapacitação de pensar e escrever...
O desafio existe agravado pela generalização do uso da
língua inglesa. Provavelmente ganhamos profissionais semialfabetizados em
muitas línguas.
Temos duas línguas oficiais, a Língua Portuguesa e LIBRAS (LIBRAS - LEI
Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.) , língua de sinais e adotada
e criada pelos surdos. O justo seria mais uma que possibilitasse conversar com
a maioria dos habitantes desta terra descendentes dos habitantes nesse “novo”
continente antes da chegada de Cabral, uma língua franca[1],
uma linguagem geral[2] e
de formação simplificada, afinal o Português é uma barreira considerável entre
brasileiros nativos e os descendentes de outros povos distantes.
LIBRAS, contudo, é uma língua oficial, estabelecida em lei e
que deveria ser aprendida desde a infância, ainda que, eventualmente, sem a
ênfase (que não existe) na escrita e conversação do Português. Mais ainda,
sendo um padrão de comunicação é fundamental que a LIBRAS seja tão funcional
quanto possível, afinal não temos compromissos atávicos e históricos com linguagens
de sinais antigas.
Na vida profissional, competitiva e com exigências de toda
espécie, saber falar com sinais é um trunfo em muitas atividades. O que é
necessário, contudo, é a otimização de sinais de modo a serem realmente uma
forma inequívoca de comunicação em ambientes de alto risco, por exemplo.
Existe um espaço infinito de aperfeiçoamento da LIBRAS,
principalmente se uma diretriz forte estiver na preocupação de inclusão em
todos os ambientes, mais ainda em áreas profissionais consideradas exatas e de
alto risco.
Vamos pensar neste desafio?
Em tempo, pessoas que perdem a voz poderiam usar a linguagem de sinais como alternativa de comunicação, se a LIBRAS fosse de fato uma língua brasileira de uso geral, como deveria ser a partir de sua oficialização em 2002.
Cascaes
09.04.2014
LIBRAS - LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002. (s.d.). Fonte: Planalto - Presidência da República:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm
[1] Língua Franca
É
a língua tomada como língua comum de grupos sociais que falam, cada um, uma
língua diferente dos outros. Por exemplo, em países africanos de colonização
Portuguesa, os diversos povos organizados num mesmo País, falam cada um uma
língua africana. Por outro lado utilizam o português como língua para
estabelecerem relações entre si. No Brasil, no período colonial, houve uma
língua franca, a língua geral, que era falada pelos
portugueses, tanto nas relações com índios como nas relações domésticas, e
pelas diversas tribos indígenas, embora cada uma falasse a sua língua. http://www.labeurb.unicamp.br/elb/portugues/lingua_franca.htm
Recebem
o nome de língua geral, no Brasil, línguas de base indígena praticadas
amplamente em território brasileiro, no período de colonização. A língua geral
é uma língua franca. No século XVIII havia duas
línguas gerais: língua geral paulista, falada ao sul do país no processo de
expansão bandeirante , e a língua geral amazônica ou nheengatú, usada no
processo de ocupação amazônica. Destas duas línguas gerais somente o nheengatú
continua a ser utilizado entre os indígenas de diferentes etnias, habitantes da
região norte do país.
A Gramatica
da língoa mais usada na Costa do Brasil, de José de Anchieta, representa a
normatização da língua falada pelos índios do litoral, antes de se tornar a
língua geral paulista.
A
língua tucano também se tornou língua franca da região do Alto Rio
Negro (AM), em meados do século XX, em virtude da presença das missões
salesianas na região, sendo falada por diferentes nações indígenas: Wanana,
Tucano, Dessana, etc).
O
kheuól (ou Patoá), falada no extremo norte do Amapá pelos Karipuna e Galibi,
também tornou-se língua franca.
A
expressão língua geral é também usada genericamente para referir-se aquelas
línguas que tornaram-se línguas de contato intercultural, de colonização, sendo
faladas por índios de diferentes nações, tupi e não-tupi, por portugueses e
descendentes, e por negros escravos africanos. Neste sentido língua geral é
sinônimo de língua franca. http://www.labeurb.unicamp.br/elb/indigenas/lingua_geral.html
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